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A Pipoca no Brasil: Tudo sobre a Culinária Nordestina

Tudo sobre a culinária nordestina

O Norte do Brasil é conhecido pelo estilo de vida próprio, bem típico que se destaca do resto do Brasil. Entre as histórias, o sotaque cantado, as tradições religiosas, danças e a música, a culinária nordestina se destaca, e já se tornou até atração para turistas — não é à toa que a Gabriela conquistou Nassif pelo estômago!

Vamos te levar em um tour pela culinária nordestina, passado pela história da cozinha dessa região, apresentando seus principais ingredientes e pratos típicos e, por último, sugerindo alguns restaurantes onde você vai poder degustar o melhor da culinária da região. Já começou a ficar com água na boca? Então nos acompanhe e experimente os sabores do Nordeste!

1. Introdução

A história da cozinha típica do Nordeste se confunde, em parte, com a da própria culinária brasileira, afinal, foi no nordeste que começaram a chegar os navios com colonizadores e escravos cuja cultura se misturaria tão rapidamente à nossa. A seguir, vamos traçar um panorama rápido sobre o caldeirão de diversidade que levou à formação da deliciosa cozinha nordestina! Vamos lá:

2. Tudo começou com os índios

Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, os índios do nordeste se alimentavam de frutas, pipoca, amendoim, milho, mandioca, peixe, frutos do mar e carne de paca, veado, queixada, anta, tartaruga, jacaré e outros animais encontrados nas nossas matas.

O amendoim funcionava principalmente como guarnição, mas também era feito em paçoca para ser levado em viagens ou caçadas. O milho era preparado em mingau, assado na espiga, em pipoca ou usado para fazer pamonha. Já a mandioca era consumida principalmente na forma de beiju (tapioca) e mingau, além de também ser usada no preparo de algumas bebidas e pães. A carne, da qual não era costume tirar a pele (já pensou?!), podia ser preparada em espetos sobre um fogo aberto, em uma panela de barro sobre uma trempe (feita com pedras em uma fogueira ou fogo subterrâneo) ou cozido — nesse caso, o caldo da carne era, depois, usado para fazer pirão com farinha de mandioca!

A comida dos índios era temperada principalmente com pimenta, que eles adicionavam ao prato depois de cozido — a semelhança com o molho de pimenta que colocamos até hoje nos salgadinhos prontos pode não ser apenas coincidência!

Influências Portuguesas

Com a chegada dos navios a partir de 1500, a dieta dos índios começou a ser influenciada pelas tradições portuguesas e africanas, até formar a cozinha nordestina que conhecemos e amamos hoje!

O cuscuz, o feijão, o arroz e até o famoso óleo de dendê, por exemplo, foram herança dos africanos. O próprio leite de coco veio da Índia para a África, antes de chegar ao Brasil. Dos portugueses, herdamos doces como o quindim, e as panquequinhas de tapioca como conhecemos hoje, apareceram quando as senhoras portuguesas resolveram tentar fazer pão com o beiju usado pelos índios — imagine só!

A origem da culinária nordestina

Com o tempo, a culinária do Nordeste foi se tornando cada vez mais variada, influenciada pela diversidade de culturas e tradições que se encontravam na região a partir do Descobrimento.

A plantação de cana-de-açúcar no interior incentivou a produção de doces, rapadura e outras delícias, e o número cada vez maior de imigrantes começou a trazer ainda outros ingredientes que seriam incorporados na culinária brasileira, mas, no nordeste, é a origem indígena e africana que predomina.

3. Principais ingredientes

Alguns ingredientes que fazem parte da tradição da cozinha nordestina já conquistaram todos os cantos do Brasil — como é o caso da mandioca e da carne-seca —, mas ainda há outros que continuam sendo marcadamente nordestinos — como o óleo de dendê e o cuscuz. A seguir, vamos ver um pouquinho sobre cada um desses elementos da gastronomia do Nordeste. Veja só:

Milho

Nativo do continente americano, o milho era plantado pelos índios em roças e não era conhecido pelos portugueses nem pelos africanos quando eles chegaram aqui, acredita? Ele era — e ainda é! — usado para fazer mingau, canjica (mungunzá), pamonha, bolo, pipoca e uma bebida fermentada chamada caium.

Aipim (mandioca)

Conhecida no nordeste pelo nome de aipim ou macaxeira, a mandioca é outro ingrediente nativo daqui. Os índios usavam-na para fazer pão e beiju, que na época era um bolinho que eles comiam no café da manhã. Hoje, o ingrediente é bem típico e pode ser usado para fazer aipim frito, bolinho de aipim, tapioca, cuscuz de tapioca e muito mais!

Azeite de dendê

Esse óleo é produzido com o fruto de uma palmeira chamada de dendezeiro. Apesar de hoje ser um ingrediente indispensável da cozinha nordestina (usado em pratos como o acarajé, o vatapá, o bobó de camarão e o caruru), o dendê, na verdade, só chegou ao Brasil no século XVII, trazido pelos africanos!

Coco

A polpa do fruto é usada hoje principalmente para fazer doces como a cocada baiana e o cuscuz doce. Já o leite de coco, como vimos, só começou a fazer parte da culinária nordestina com a chegada dos africanos, mas depois disso ele não parou mais: é usado em delícias como o vatapá, o sururu e até para deixar a carne-seca mais macia.

Carne-seca

Falando nela, a carne-seca pode ser preparada como charque ou carne de sol e existe desde a pré-história, sabia disso? Ela era usada no nordeste entre os povos nômades e, mais tarde, pelos sertanejos. A carne de sol preparada no Sertão é mais molhadinha e menos salgada que a carne-seca e o charque, e apesar do nome, não seca ao sol!

Pipoca

A pipoca é uma tradição nas festas juninas em quase todo o Brasil, e no nordeste não seria diferente. Além de festas dedicadas a este alimento, uma boa festa junina não pode ficar sem pipoca. Você sabia que é uma ótima pedida para quem quer aproveitar o melhor da festa sem abrir mão da dieta?

A origem da pipoca na festa junina começou quase ao mesmo tempo que a própria festa. É um alimento utilizado não só para este fim, como também pode contribuir bastante com a decoração.

Pimenta

Muito usada tanto por índios quanto por africanos, a pimenta (principalmente a malagueta) caracteriza pratos como a moqueca, o vatapá e o acarajé nordestino, e começou a ser exportada pelos portugueses desde a colonização por ser mais suave que as pimentas usadas na Europa.

Abóbora

Nativa da América do Norte, o jerimum já era usado pelos nossos índios há muito tempo e também virou ingrediente elementar da culinária nordestina. Tem doce de jerimum, bobó de camarão servido no jerimum, purê de jerimum, jerimum cozido, e por aí vai!

4. Os pratos típicos por estado

Agora que você já se familiarizou com os principais ingredientes da culinária nordestina, chegou a hora de conhecer os pratos típicos por estado!

Bahia

Começando nosso tour pela Bahia, o estado mais ao sul do Nordeste, podemos degustar um acarajé recheado de vatapá. O primeiro é um bolinho de feijão temperado com sal, alho, gengibre e cebola e frito no aromático azeite de dendê. O recheio é um creme de camarão com farinha de rosca, leite de coco e mais azeite de dendê que também pode levar amendoim, pimenta, pão e castanha de caju. Hum!

Piauí

Seguindo para o Norte, pelo interior, chegamos ao Piauí. A culinária piauense, marcada pela plantação de cana-de-açúcar no período colonial, é conhecida pelos doces: tem compota de goiaba, caju ou manga e os docinhos de casca de limão e laranja são especialidades da região!

Maranhão

Continuando nossa viagem, podemos parar no Maranhão para apreciar um mocotó (um cozido feito com as patas e outras extremidades do boi) com arroz de cuxá (um prato super colorido, temperado com cebola, tomate, camarão seco, cebolinha e gergelim). Para a sobremesa, não faltam doces com frutas regionais, como o jenipapo, o tamarindo e o buriti.

Ceará

Seguindo em direção ao Leste, chegamos no Ceará, o estado especialista em frutos do mar. Dá para experimentar ali uma variedade de camarões, lagosta, casquinha de siri, caranguejo e muito mais!

Rio Grande do Norte

Começamos nossa descida pelos estados menores do litoral, e a primeira parada é o Rio Grande do Norte. Aqui, você vai poder se deliciar com a carne de sol acompanhada de aipim com manteiga de garrafa. E para terminar a refeição, nada melhor que uma fatia de bolo de rolo com café!

Paraíba

A carne de sol da Paraíba é especial. Isso porque ela fica descansando no leite depois de ser preparada, o que a deixa com uma maciez incrível! Outra atração imperdível desse estado é o queijo coalho, tipicamente preparado na brasa.

Pernambuco

Que tal provar o sarapatel, um prato em que as vísceras do porco, carneiro ou bode cozinham no próprio sangue do bicho? Outra iguaria pernambucana de sabor incomparável é a buchada de bode, em que as vísceras que não são usadas no sarapatel (como as tripas) são fervidas, temperadas e depois cozidas dentro de uma bolsa feita com o estômago do bode. Ah, outro prato bem “carnívoro” de Pernambuco é o frango à gabidela, que é mais ou menos o mesmo que o frango ao molho pardo dos portugueses.

Alagoas

A especialidade do Alagoas são os peixes e frutos do mar, e não é à toa que o sururu de capote seja o mais típico prato desse estado. Nele, o sururu (uma espécie de molusco, parecido com a ostra) é cozido vivo e dentro das conchinhas em leite de coco e azeite de dendê temperado com tomate e cheiro-verde. Além dessa iguaria, você também pode apreciar peixadas diversas no Alagoas, todas com muito pirão e pimenta!

Sergipe

Terminando nossa viagem, chegamos ao Sergipe, onde você vai encontrar um pouco de tudo: moquecas, pamonhas, caranguejadas e ainda, para acompanhar o cafezinho, sequilho de milho, pipoca, arroz de leite (arroz doce) e canjica. Além disso, é daqui que vem a famosa combinação de carne-seca com abóbora (ou, no caso, jerimum)!

6. Assim é fácil se apaixonar pela culinária nordestina

O Nordeste é uma região cheia de história, cultura e tradição que encanta qualquer um, e a gastronomia é uma parte importantíssima desse patrimônio. Se você já curte a música ou as danças da região, não deixe de passar por lá e conhecer também sua cozinha, a viagem pelos sabores nordestinos com certeza vai ser deliciosa!

1 comentário em “A Pipoca no Brasil: Tudo sobre a Culinária Nordestina”

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